Fibromialgia Pode Causar Dtm, Alerta Estudo


Pesquisadora da FOP sugere opinião de odontólogo durante o tratamento da síndrome Estudo realizado pela cirurgiã-dentista Marcele Pimentel sugere que a fibromialgia – síndrome reumática crônica caracterizada por dores intensas, em determinados pontos do corpo – pode também desencadear um quadro de Disfunção Temporomandibular (DTM), uma disfunção do sistema mastigatório que afeta as articulações e músculos da face. Neste sentido, Marcele defende a importância de um odontólogo também ser consultado durante o tratamento da síndrome, que possui alta prevalência, principalmente na população feminina. Estatísticas mundiais apontam uma porcentagem entre 2% e 11% de prevalência entre mulheres. No estudo apresentado na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) e realizado com 40 mulheres diagnosticadas com fibromialgia em tratamento no Hospital das Clínicas de São Paulo, a prevalência da DTM também foi alta: em torno de 78%, sendo que 85% do grupo teve queixas de dores na face. “Outros trabalhos já apontavam uma relação de ocorrência das duas condições e, como em nosso estudo, também encontramos uma frequência alta das dores na face, concluímos que a fibromialgia atua como fator de predisposição, destaca a cirurgiã-dentista, que teve a orientação da professora Célia Marisa Rizzatti Barbosa para realizar a pesquisa. “Estamos falando de duas doenças crônicas muito dolorosas que afetam a qualidade de vida dos portadores. Por isso, todas as informações são importantes”, esclarece Marcele.Segundo a cirurgiã-dentista, os resultados apontados na pesquisa abrem o leque para o tratamento da fibromialgia, visto que os portadores têm 31 vezes mais chances de desenvolver a DTM. Em geral, explica a pesquisadora, para o diagnóstico da síndrome não são considerados os sintomas de dor facial, o que na pesquisa ficou evidente que estão associadas. Outra característica também apontada no estudo foi a limitação de abertura bucal de dez vezes maior que do grupo de mulheres sem a doença, item que reafirma a importância do profissional de odontologia no processo. Durante a pesquisa outro item estudado foi a qualidade do sono dessas mulheres portadoras da síndrome. Mais de 92% relatou má qualidade do sono, sendo 37,5% das voluntárias também diagnosticadas com sonolência diurna excessiva. “Foi observado que o aumento da intensidade de dor na face está moderadamente relacionado à piora na qualidade do sono. Essa dor chega a interferir nas atividades sociais, de lazer e trabalhos nos portadores da síndrome, merecendo assim uma atenção especial”, conclui. A pesquisa contou com a colaboração do Grupo de Pesquisa Avançada em Medicina do Sono do Hospital das Clínicas de São Paulo. Fonte: Jornal da Unicamp - ANO XXV – Nº 516