Matéria da Folha de São Paulo por Tatiana DinizMatéria de Tatiana DinizO desenvolvimento do mal de Alzheimer estar relacionado a deficiências de mastigação. A observação é fruto de investigações conduzidas pelo centro de pesquisas sobre crescimento e desenvolvimento do crânio e da face da Faculdade de Odontologia da Universidade de Hiroshima. Coordenada pelo ortodontista Kazuo Tanne, a pesquisa aponta que a degeneração dos dentes causada pela mastigação imprópria promove a formação, no sistema nervoso central, de placas da proteína denominada beta, capazes de danificar os neurônios e indicadoras do Alzheimer. O experimento de Tanne foi realizado com ratos. Inicialmente, ele comparou um grupo de cobaias sem dentes a um grupo normal. Os primeiros receberam alimentos moles, e os outros, comida fibrosa. Exames de tecidos do córtex cerebral revelaram que neurônios dos ratos desdentados estavam degenerados pelas placas de beta, enquanto os ratos normais não apresentavam alterações. Em outro teste, Tanne comparou dois grupos de ratos com dentições sadias, oferecendo alimentos moles aos primeiros e alimentos duros aos segundos. As placas apareceram novamente nos que receberam alimentos moles. As descobertas evidenciam a necessidade de preservar as funções mastigatórias e põem em xeque a substituição da alimentação sólida pela pastosa, muito praticada por cuidadores de idosos. O mais adequado, portanto, é fazer a manutenção dentária regularmente, para que as pessoas continuem aptas a ingerir alimentos sólidos e fibrosos independentemente da idade. "Os resultados enfatizam a importância da mastigação para a estrutura e o funcionamento do sistema nervoso central, o que contribui para a boa saúde em geral", disse o pesquisador Tanne à Folha, por e-mail. matéria publicada no site da Folha de São em 20/06/06 http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/noticias/2006/0606/I16060612pesq.htm[/p]