Nos últimos meses, uma nova abordagem terapêutica tem sido comentada e divulgada: o uso das células-tronco no tratamento odontológico. A Terapia Genética e a Biologia Molecular têm trazido modificações positivas na qualidade de vida dos pacientes. A partir do desenvolvimento dessas técnicas genéticas, alguns genes ligados a síndromes e malformações bucomaxilofaciais foram descobertos, e também possibilitou fazer o diagnóstico precoce da doença cárie e periodontal, e do câncer bucal. Os avanços nessa área têm contribuído significativamente para o entendimento da etiologia de enfermidades.
O presidente da empresa Revolugenix (empresa de Biotecnologia incubada no Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, e no Ipen - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP), Cirurgião-Dentista especialista em Biologia Celular e Molecular e Terapia Gênica, Vinícius Marchiori. Ele diz “Estudei regeneração óssea; e fiz um estudo da ativação de genes ligados à formação óssea nas células troncos de polpa dentária a partir do estímulo com laser de baixa intensidade”. Descobrimos que em células tronco de adultos, os genes ligados à diferenciação para osteoblastos eram ativados mais rapidamente em células irradiadas com o laser.
Continua, “A Odontologia atualmente está chegando perto do que sempre sonhamos: a reposição de estruturas e tecidos”. “Hoje, pesquisamos a regeneração óssea e dental a partir de células-tronco. Sabemos que a manipulação genética dessas células é promissora e que será possível sua utilização no futuro para melhorar as técnicas atuais”. “Desvendar os segredos das reações bioquímicas que ocorrem dentro das células é como ler o “manual” de controle dessas células e com esse conhecimento podemos fazer coisas incríveis, como diferenciar células-tronco de adultos de células formadoras de osso (osteoblastos) ou mesmo de tecido dental”. “Acredito que as grandes novidades até a década passada estavam ligadas ao desenvolvimento de superfícies de implantes e biomateriais”. “Hoje falamos em reconstrução de tecidos fora do corpo. Depois, das superfícies de osseointegração mais rápidas”. Estamos em um nível muito confortável de tecnologia para implantes. Agora está na hora de reabilitarmos tecidos com o uso de células e já vemos alguns profissionais fazendo isso.
As novas tecnologias de Terapia Celular e Terapia Gênica estão mais próximas da clínica e será fundamental nos mantermos atualizados sobre o assunto para não perdermos as oportunidades que chegam. Será muito importante para os profissionais entenderem como é o funcionamento das novas tecnologias para que possam oferecê-las aos seus pacientes. Uma delas, por exemplo, já está entrando no mercado este ano: a criopreservação de células-tronco de adultos para finalidade terapêutica futura. Não vai adiantar sabermos fazer dentes em laboratório se não tivermos fontes de células dos próprios pacientes. Não acho interessante retirar um dente saudável para obtermos células para a fabricação de outro dente ou utilizar células de terceiros, mas manter as células dos terceiros molares que são extraídos é uma forma interessante de garantir aos pacientes uma dentição no futuro. Para que jogar fora as células da polpa desses dentes se podemos criopreservá-las? Manteremos congeladas as células do indivíduo para podermos utilizá-las nele próprio, como se faz em banco de células de cordão umbilical. Já temos essa tecnologia e em breve estará no mercado. É um começo.
Por Mariana Pântano - APCD Jornal - Outubro 2010
Uso De Celulas Tronco No Tratamento Odontológico
O presidente da empresa Revolugenix (empresa de Biotecnologia incubada no Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, e no Ipen - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP), Cirurgião-Dentista especialista em Biologia Celular e Molecular e Terapia Gênica, Vinícius Marchiori. Ele diz “Estudei regeneração óssea; e fiz um estudo da ativação de genes ligados à formação óssea nas células troncos de polpa dentária a partir do estímulo com laser de baixa intensidade”. Descobrimos que em células tronco de adultos, os genes ligados à diferenciação para osteoblastos eram ativados mais rapidamente em células irradiadas com o laser.
Continua, “A Odontologia atualmente está chegando perto do que sempre sonhamos: a reposição de estruturas e tecidos”. “Hoje, pesquisamos a regeneração óssea e dental a partir de células-tronco. Sabemos que a manipulação genética dessas células é promissora e que será possível sua utilização no futuro para melhorar as técnicas atuais”. “Desvendar os segredos das reações bioquímicas que ocorrem dentro das células é como ler o “manual” de controle dessas células e com esse conhecimento podemos fazer coisas incríveis, como diferenciar células-tronco de adultos de células formadoras de osso (osteoblastos) ou mesmo de tecido dental”. “Acredito que as grandes novidades até a década passada estavam ligadas ao desenvolvimento de superfícies de implantes e biomateriais”. “Hoje falamos em reconstrução de tecidos fora do corpo. Depois, das superfícies de osseointegração mais rápidas”. Estamos em um nível muito confortável de tecnologia para implantes. Agora está na hora de reabilitarmos tecidos com o uso de células e já vemos alguns profissionais fazendo isso.
As novas tecnologias de Terapia Celular e Terapia Gênica estão mais próximas da clínica e será fundamental nos mantermos atualizados sobre o assunto para não perdermos as oportunidades que chegam. Será muito importante para os profissionais entenderem como é o funcionamento das novas tecnologias para que possam oferecê-las aos seus pacientes. Uma delas, por exemplo, já está entrando no mercado este ano: a criopreservação de células-tronco de adultos para finalidade terapêutica futura. Não vai adiantar sabermos fazer dentes em laboratório se não tivermos fontes de células dos próprios pacientes. Não acho interessante retirar um dente saudável para obtermos células para a fabricação de outro dente ou utilizar células de terceiros, mas manter as células dos terceiros molares que são extraídos é uma forma interessante de garantir aos pacientes uma dentição no futuro. Para que jogar fora as células da polpa desses dentes se podemos criopreservá-las? Manteremos congeladas as células do indivíduo para podermos utilizá-las nele próprio, como se faz em banco de células de cordão umbilical. Já temos essa tecnologia e em breve estará no mercado. É um começo.
Por Mariana Pântano - APCD Jornal - Outubro 2010