Empresário Rico, Empresa Pobre


POR:CHARLES BENIGNO
Aos 25 anos Carlos iniciou um pequeno negócio. Recém-casado, investiu as poucas economias que tinha e trabalhou duro. Como resultado de seu esforço a empresa prosperou, pois o dinheiro que sobrava era reinvestido.Com o tempo a empresa se tornou muito lucrativa. A esta altura Carlos já tinha três filhos e suas despesas cresceram na proporção de seu sucesso. Comprou uma grande e bonita casa, carros de luxo, lanchas, e entrou para a alta sociedade. Nada mais justo, pensava Carlos, afinal foram anos de sacrifícios. As noites e fins de semana no escritório foram trocados pelas festas da alta sociedade. Os filhos tinham tudo e mais um pouco.A empresa, claro, ainda era muito lucrativa, mas boa parte dos lucros agora eram destinados a manter o alto padrão de vida de Carlos. Ele e sua família se tornaram um alto custo para a empresa.Tudo ía muito bem até que apareceu um sujeito chamado José, que assim como aconteceu com Carlos estava começando do nada. José era um homem simples e não precisava de muito para viver. O problema é a empresa de José se tornou concorrente da empresa de Carlos.Com uma estrutura mais enxuta e ágil, José começou a conquistar importantes clientes de Carlos. Seus preços podiam ser menores, visto que José não tinha tantos bens para manter, nem outros luxos.Quando Carlos percebeu que perdia terreno para um concorrente, a primeira atitude foi demitir funcionários antigos, que ganhavam melhor, por outros com salários mais baixos. O tiro saiu pela culatra, metade deles foi contratado por José.Carlos se viu então com a empresa dando prejuízo. Mesmo assim continuou a fazer as mesmas retiradas de antes. Como ele poderia ficar sem as viagens de turismo? Como poderia deixar de freqüentar as festas que sua mulher e seus filhos adoravam? Vender a sua lancha preferida? Nem pensar. Enquanto isso José trabalhava de dia e de noite. O tempo foi passando, os negócios pioraram até que Carlos finalmente caiu na real. Endividado, não podia mais manter o padrão de vida de antes. Vendeu grande parte de seus bens e teve que se contentar com um negócio menor. Entretanto, Carlos já não tinha a disposição de antes e seus filhos nunca realmente pegaram “no batente”, e aos poucos o negócio fechou.Quando indagado sobre que lição tinha tirado de tudo isso, Carlos declarou: “um empresário não continua rico se tornar sua empresa pobre”.