Você Vai Melhorar?


AUTOR:CHARLES BENIGNO
Em diversas conversas que já tive com empresários, já ouvi todo tipo de reclamação. Reclamação sobre dificuldades em aumentar as vendas, gerenciar pessoas, reter talentos, inovar etc.Entretanto, ao indagar mais um pouco, percebi que as dificuldades na empresas estavam também – em grande parte dos casos – atreladas ao próprio perfil do empresário, suas limitações, como pessoa e como profissional. Ou seja, as limitações dessas empresas eram também as limitações dos seus proprietários, e eles tinham resistência em admitir isso.Normalmente, a atitude inicial é procurar um “bode expiatório” para o problema. Atitude essa que fica clara em expressões do tipo “o problema é que não consigo encontrar gente boa no mercado” (ele não quer pagar o que um bom profissional merece); “não consigo melhorar o atendimento (ele trata mal seus funcionários, que só fazem repetir a atitude do dono); “não consigo fidelizar meus clientes” (ele não é honesto com os clientes, por isso seus clientes não são fiéis a ele)”.Como visto acima, muitos problemas são fruto de deficiência do empresário, seja por questões de caráter ou de atitude diante das situações. A percepção destes fatos nos conduz à necessidade de aperfeiçoamento empresarial, que envolve a mudança de mentalidade a respeito da gestão, o aprimoramento de habilidades gerenciais, entre outras coisas.  Desta forma, não temos como separar desenvolvimento da empresa de desenvolvimento do empresário. Nenhuma empresa se torna grande se seu proprietário continuar pequeno como profissional e como pessoa.Temos muitos casos na história empresarial em que o dono se tornou o principal problema da empresa, como aconteceu com Henry Ford no final de sua vida. Ford não queria abrir mão do comando e quase destruiu o império que construiu. Por que isso aconteceu? Porque simplesmente Ford não evoluiu como empresário na mesma medida da necessidade do mercado. Tornou-se obsoleto como os produtos que vendia à época.Mas existem também bons exemplos, e vou citar Bill Gates. Ao perceber que não tem as qualidades necessárias para manter a Microsoft competitiva, resolveu abrir mão do comando. Já anunciou que se afastará da condução do negócio. Em síntese, se queremos empresas mais competitivas, melhor geridas, precisamos começar pelo aperfeiçoamento dos empreendedores à frente dessas empresas, para que as limitações destes indivíduos não se tornem empecilhos ao desenvolvimento grandes e bem-sucedidas empresas.