Pesquisador Da Ufjf Obtém As Primeiras Linhagens De Células-tronco De Polpa Dentária Humana



Uma equipe do Laboratório de Genética do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) extraiu células-tronco de polpa dentária humana de dentes decíduos (de leite). Professor Carlos Maranduba, coordena a pesquisa no Laboratório de Genética, obteve sucesso com as pesquisas feitas a partir da doação de dentes de leite de duas crianças, ambas com 6 anos. Os resultados obtidos estabeleceram as duas primeiras linhagens de células-tronco adultas da Universidade: a UFJF1 e a UFJF2.
Segundo Maranduba, as próximas linhagens que serão estabelecidas ainda este ano serão as células-tronco de tecido adiposo e a do tecido do cordão umbilical. Assim como a polpa de dente de leite, o tecido adiposo – obtidos de lipoaspirações – e o tecido do cordão umbilical são materiais que, frequentemente, são descartados no lixo, mas que são ricos em células-tronco, podendo ser utilizados em pesquisas.
  No campo biotecnológico, as células-tronco são muito visadas pelo potencial que apresentam de poder ser transformadas em diferentes tipos celulares, tais como neurônios, músculo, cartilagem, osso e gordura, além de possibilitar estudos de diversos tipos de doenças na área da genética médica. Existem dois tipos de células-tronco: as embrionárias, que necessitam da destruição do embrião, e as adultas (utilizadas pelo professor e sua equipe), que são retiradas de tecidos e órgãos de indivíduos já formados. Uma das vantagens das células-tronco adultas é que, por meio delas, pode-se tentar entender características de uma determinada doença sem ter que submeter o paciente a várias cirurgias invasivas. Outro ponto importante sobre essas células é que elas podem ser usadas em pesquisas de terapia celular.
Já as células-tronco do dente de leite possuem a peculiaridade de ter, tanto características semelhantes às das células-tronco presente na medula óssea, quanto algumas características de células-tronco embrionárias. Estudos indicam que as células-tronco da polpa dentária humana possuem atividade imunossupressora, ou seja, podem ser usadas e transplantadas entre indivíduos geneticamente diferentes em uma terapia celular, diminuindo o potencial de rejeição dessas células.
Fonte: SECOM/UFJF Data: 8 fevereiro , 2012