Autor: Clarles Benigno
Virou manchete de jornal: “famoso empresário é preso por sonegação”. A cidade inteira comentou o fato e grande parte das pessoas aplaudiu. Tudo hipocrisia. E ainda tinha gente que comentava: “por isso que esses caras estão ricos”, como se dever imposto fosse o motivo da riqueza, e não conseqüência dela.
A verdade é que no Brasil todo mundo sonega, em pequenas e grandes doses. Mas não se trata de ser desonesto, não. É o modo como a população se defende do “assalto legalizado”. Isso mesmo: “assalto”. O índice de impostos no Brasil passou a ser um modo de sustentar uma máquina administrativa altamente ineficiente. A máquina burocrática governamental transformou-se numa grande sanguessuga que exauri as energias da nossa economia.
Para o governo é mais fácil aumentar o imposto do que acabar com os desvios da previdência e de obras públicas. Sempre se adota o caminho pior e mais fácil: tributar as empresas e as pessoas.
Dessa forma, sonegar no Brasil não é uma questão de se estar infringindo a lei. É uma questão de sobrevivência. A classe média, por exemplo, deixa 27,5% de sua renda só para o IR. É um valor altíssimo, pois o mesmo valor poderia ser guardado para comprar casa própria, abrir um negócio, fazer pós-graduação, realizar sonhos.
As empresas, da mesma forma, têm que pagar todo o aparato montado para às custas de quem produz: é taxa para sindicato, para associação, para o município, para o Estado, para conselhos de classe...e por aí vai. É pagamento que não acaba mais. Enquanto isso, produtos nacionais competem com produtos de países que pagam metade dos impostos que se paga no Brasil.
Os impostos já representam 40% do PIB, o maior nível histórico. Repito: é um assalto institucionalizado. Não se trata de discutir se é legal, mas se é legítimo. Diante de escândalos como o mensalão, da comprovação de que recursos foram desviados do Banco do Brasil via “valerioduto”, entendemos por que o governo precisa de tantos recursos, e qual o destino.
No fundo, no fundo, ninguém mais agüenta pagar tanto por tão pouco. As empresas, no meio disso, sonegam para tentar sobreviver. Infelizmente, no Brasil se incentiva a sonegação.
Longe de mim, defender a sonegação, mas também entendo como é ser empresário no Brasil. Tem que pagar isso, aquilo, cumprir regulamento da secretaria A, B e C. Sem falar na “ponta” do fiscal. Tem fiscal que recebe pensão de empresário como se fosse ex-mulher.
O empresariado não quer sonegar, não quer ser preso, acuado, perseguido. Quer apenas ganhar seu dinheiro e pagar o que é justo ao governo. Por isso ele diz: “sonego, não nego, pago quando for justo”.
Imposto Para Quê? E Para Quem?
Virou manchete de jornal: “famoso empresário é preso por sonegação”. A cidade inteira comentou o fato e grande parte das pessoas aplaudiu. Tudo hipocrisia. E ainda tinha gente que comentava: “por isso que esses caras estão ricos”, como se dever imposto fosse o motivo da riqueza, e não conseqüência dela.
A verdade é que no Brasil todo mundo sonega, em pequenas e grandes doses. Mas não se trata de ser desonesto, não. É o modo como a população se defende do “assalto legalizado”. Isso mesmo: “assalto”. O índice de impostos no Brasil passou a ser um modo de sustentar uma máquina administrativa altamente ineficiente. A máquina burocrática governamental transformou-se numa grande sanguessuga que exauri as energias da nossa economia.
Para o governo é mais fácil aumentar o imposto do que acabar com os desvios da previdência e de obras públicas. Sempre se adota o caminho pior e mais fácil: tributar as empresas e as pessoas.
Dessa forma, sonegar no Brasil não é uma questão de se estar infringindo a lei. É uma questão de sobrevivência. A classe média, por exemplo, deixa 27,5% de sua renda só para o IR. É um valor altíssimo, pois o mesmo valor poderia ser guardado para comprar casa própria, abrir um negócio, fazer pós-graduação, realizar sonhos.
As empresas, da mesma forma, têm que pagar todo o aparato montado para às custas de quem produz: é taxa para sindicato, para associação, para o município, para o Estado, para conselhos de classe...e por aí vai. É pagamento que não acaba mais. Enquanto isso, produtos nacionais competem com produtos de países que pagam metade dos impostos que se paga no Brasil.
Os impostos já representam 40% do PIB, o maior nível histórico. Repito: é um assalto institucionalizado. Não se trata de discutir se é legal, mas se é legítimo. Diante de escândalos como o mensalão, da comprovação de que recursos foram desviados do Banco do Brasil via “valerioduto”, entendemos por que o governo precisa de tantos recursos, e qual o destino.
No fundo, no fundo, ninguém mais agüenta pagar tanto por tão pouco. As empresas, no meio disso, sonegam para tentar sobreviver. Infelizmente, no Brasil se incentiva a sonegação.
Longe de mim, defender a sonegação, mas também entendo como é ser empresário no Brasil. Tem que pagar isso, aquilo, cumprir regulamento da secretaria A, B e C. Sem falar na “ponta” do fiscal. Tem fiscal que recebe pensão de empresário como se fosse ex-mulher.
O empresariado não quer sonegar, não quer ser preso, acuado, perseguido. Quer apenas ganhar seu dinheiro e pagar o que é justo ao governo. Por isso ele diz: “sonego, não nego, pago quando for justo”.